New hair, new life

Cortar o cabelo pra mim não foi simplesmente cortar o cabelo. Olhando pra trás percebo que essa mudança foi praticamente um divisor de águas na minha vida.

Eu não me sentia mais satisfeita com a pessoa que eu estava sendo e nem com a vida que eu estava vivendo. Queria mudar tudo, mas não sabia como. Quando cortei não estava pensando "agora vou ser outra pessoa e vou mudar o modo como vivo", mas a mudança simplesmente foi acontecendo. 

Não estou dizendo "corte seu cabelo que sua vida vai mudar", mas acho que pra mim, esse foi o "up" que eu precisei pra fazer diferente e deixar pra trás o que vinha me incomodando (tudo, no caso).

Eu gosto muito mais de mim de cabelo curto. Me sinto mais bonita e mais eu. E além de tudo, acho que meu corte expressa o amadurecimento pelo qual eu sinto que passei.

Foi depois de cortar o cabelo que consegui meu primeiro emprego. Também comecei a namorar pela primeira vez (e última, porque nós vamos casar). Olhei pra vida com outros olhos e comecei a tratá-la de outro jeito, assim como mudei meu jeito de tratar as pessoas também. A vida que eu levava não faz nenhum sentido pra mim agora. Minhas prioridades são outras, e até os lugares que eu ia sempre, hoje não me interessam mais. As relações que eu tinha, muitos amigos e planos, simplesmente não fazem mais parte de mim.

Mas tirando a minha "parte interna", eu mudei muito minha parte "externa" também.  

1. Guarda-roupa

Com o cabelo comprido eu poderia passar o resto da vida vestindo jeans, tênis e camiseta. Eu adorava. Já de cabelo curto eu simplesmente não consigo, me sinto masculina. Antes eu tinha uma coleção de Vans, agora só tenho os tênis que eu trouxe do Canadá porque são fofinhos, bem femininos e diferentes.

O que entrou: 

- Saias e vestidos são as coisas que mais tenho usado. Até porque no meu trabalho eu não posso vestir short, então eu nunca mais usei. Trouxe várias saias do Canadá e adoro elas. Me sinto muito melhor de saia do que de calça jeans. 

- Oxford e botas são meus companheiros pra sempre. Eu sempre gostei muito de Oxford, mas de um tempo pra cá eu não encontrava mais aqui em Florianópolis. E olha que eu procurei bastante! Lá no Canadá eu acidentalmente entrei numa loja de calçados e achei os sapatinhos mais amores da vida por 15 dólares. Eu só uso eles! Agora tenho visto bastante gente usar então acredito que estão vendendo novamente, mas antes de ir pro Canadá eu nuunca achava!

O que saiu:

- Eu ainda uso calça jeans. Faço dois estágios: em um eu só posso usar calça, e nesse eu vou 3 vezes por semana. Ou seja: pelo menos nesses 3 dias eu estarei de calça. Mas tento deixar tudo com um toque feminino e fofo, e na maioria das vezes eu uso a maquiagem pra isso. Mas muitas calças saíram do meu guarda roupa. Agora eu cuido bastante ao escolher, penso com o que eu posso combinar pra não deixar o look bem menina! Haha.

-Shorts curtos e apertados não fazem mais parte de mim. Ando preferido os de tecido, larguinhos e com estampas fofinhas. Os jeans que eu ainda uso geralmente são larguinhos ou de cintura alta.

2. Maquiagem

Eu nunca usava batom se não estivesse indo pra balada. Hoje, se não uso batom sinto que não estou sendo eu. Sério, se você me ver por aí sem batom, há duas chances: 1. Eu acabei de comer 2. Eu tô num dia horrível. Não gosto de maquiagem exagerada. Gente que fica com a pele brilhando de tanta base! Urgh! Mas pra mim, andar com o básico se tornou indispensável. Vejo como um sinal de vaidade e feminilidade. E além do mais, "on a bad day there's always lipstick".

Enfim. Não quis me aprofundar muito nas minhas mudanças sentimentais, mas quem me conhece de verdade e conviveu comigo nas duas fases sabe que eu realmente mudei. E adoro isso. Hoje fico muito feliz olhando pra mim mesma, pra tudo que eu me tornei. 

Mudar às vezes é preciso, principalmente quando você não sente que está sendo você ou que não pertence a nada e nenhum lugar. E era exatamente assim que eu me sentia.

Espero que o post sirva de inspiração pra quem estava tentando criar coragem de começar um "novo ciclo". 

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

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