Os ensaios fotográficos de Cesar Acosta

Leia mais

Inspiração: Tatuagens delicadas

Leia mais

Como viajar gastando pouco

Leia mais

Casais viajantes para seguir no Instagram

Leia mais

07/05/2015

Especial Dia das Mães: Jovens e Mães

Tão julgadas quanto amadas, tão acolhidas quanto incompreendidas: entre uma história e outra, a gravidez "precoce" se torna cada vez mais comum. Não por falta de informação e às vezes nem por falta de cuidado, que foi o caso de uma das histórias que você vai ler aqui. Nesse especial de Dia das Mães, lhe apresento três jovens: A Carolina, a Ariane e a Larissa. Duas delas tem 20 anos e a outra 16. Elas assumiram seus filhos, reestruturaram suas vidas e passaram por cima das dificuldades para que conseguissem criar da melhor maneira possível o novo ser que colocaram no mundo. Aqui elas relatam desde a descoberta, o momento do parto e a reação da família até como levam a vida nos dias de hoje.
Carolina Stier, 20 anos. Alice Stier Teixeira, 3 meses.
"Sofri bastante preconceito! As pessoas me abordavam na rua e de cara perguntavam a minha idade. Diziam que era uma criança grávida de outra."
Descoberta: A certeza da gravidez não foi uma surpresa para a Carol. Ela desconfiou que estava grávida quando começou a sentir alguns sintomas comuns: enjoo, muito sono e vontade de urinar a toda hora. Quando resolveu fazer o teste, que obviamente deu positivo, ela diz que ele só serviu pra confirmar algo que ela já sabia. A gravidez veio por um descuido, mas não é considerada um "acidente", e sim um sonho que foi antecipado.

Família: A família da Carol foi super positiva e apoiou ela o tempo todo.

O pai: O namorado, de 23 anos, foi o primeiro a saber. "Ele ficou muito muito feliz. Era o sonho dele". Hoje, como pai de família, ele trabalha muito mais para poder dar o melhor para elas.


O Parto: A Carol acha que o parto é a coisa mais temida por uma mulher durante a gravidez! Principalmente se você vai fazer "normal", fica aquela ansiedade e qualquer dorzinha diferente já dá medo! O parto dela começou quando ela acordou e sentiu uma cólica bem fraquinha, que parava e voltava, mas ia aumentando com o passar do dia, pois já eram as contrações. Quando começava a intensificar essa dor, ela ia pro hospital, tomava remédio na veia e a mandavam embora dizendo que ainda não estava na hora de nascer. Quase dois dias depois, o médico mandou-a pra casa novamente dizendo que não estava na hora, e assim que chegou em casa, ela sentiu sua barriga descer, literalmente! "Aí a dor ficou insuportável, eu ficava na sala da minha casa andando pra lá e pra cá, nem dormir eu conseguia", disse a Carol. Até que pela manhã, ela voltou ao médico e ele mandou-a pro quarto pois disse que ela já estava quase ganhando o bebê e estava com 8 de dilatação! Quando chegou na sala de parto, a Carol precisou fazer uma cesárea! Ou seja: ela sentiu tanto as dores do parto normal, quanto as dores do parto cesárea, que tem uma recuperação horrível, segundo ela.

Mudanças: A rotina mudou totalmente. O casal que sempre ia ao cinema, agora precisa pensar primeiro no que é melhor para o bebê. A nova mãe, que cursava Nutrição, precisou dar um tempo nos estudos pra cuidar da filha, mas pretende voltar ao curso em breve. Apesar de tudo, ela diz estar sendo uma experiência maravilhosa. Mesmo com as noites mal dormidas, a Alice está trazendo muita alegria.


Preconceito: Por ter 20 anos e aparência de 15, várias pessoas olhavam e até abordavam a Carol na rua. Muitas vezes ela ouviu que era "uma criança grávida de outra" e em outras situações as pessoas a paravam pra perguntar quantos anos ela tinha. "Uma vez eu estava numa loja de roupas e uma mulher passou conversando com outra, sem disfarçar: "Olha essa menina, é uma criança grávida", aí ela viu que eu tinha olhado e falou: "Né moça, quantos anos tu tem?", eu respondi bem brava: "Tenho 20 anos". Ela percebeu que eu não era tão nova assim e pela cara que eu fiz ela preferiu não falar mais nada". Quando perguntei o que ela sentia em relação a todo esse preconceito que sofria, ela disse que achava extremamente ridículo e desnecessário. "Antigamente as mulheres eram mães jovens e isso era normal! Hoje em dia o que vem primeiro é o estudo e a profissão, mas acho que não existe um padrão certo a seguir para ser uma boa mãe. Conheço pessoas mais velhas que foram péssimas mães, e mães jovens que são ótimas nesse papel. Pra mim, o que faz umas serem boas e outras não, é a questão do caráter", contou.

Vida Nova: Hoje a Carol ainda mora com os pais, e por amamentar no peito, a Alice também mora com ela. Mas o casal tem muitos planos e pretendem realizá-los logo. Ela contou que eles ainda estão se estruturando melhor para poderem casar e criarem a filha juntos.

Ser mãe: Perguntei pra Carol o que ela estava sentindo com o Dia das Mães se aproximando - sendo que agora ela é uma das homenageadas da data - e a resposta foi um relato lindo: "É um sentimento indescritível. Começando pelo fato de eu ter gerado um ser dentro de mim, nossa, é sem explicação! Olhar pra ela e pensar que era ela chutando dentro da minha barriga! O sentimento é o melhor possível! Não só por comemorar o Dia das Mães, mas comemorar cada momento ao lado dela. Hoje, por exemplo, ela deu a primeira gargalhada! É lindo ver como ela se desenvolve e descobre o mundo que ela faz parte há apenas 3 meses!"
Ariane Póvoas, 20 anos. Lorenzo Póvoas Lunelli, 3 meses.
"Os médicos disseram que minha gravidez era uma coisa quase improvável de acontecer."
Descoberta: A história da Ariane é praticamente o registro de um milagre e pode até servir como um alerta! Ela trata um problema no ovário desde os 10 anos. Se algum dia quisesse engravidar, teria que fazer um tratamento e seria algo muito longo. Tomava anticoncepcional e depois de algum tempo passou a tomar injeções. Fez isso por 8 meses antes de conhecer o atual namorado e continuou fazendo depois de conhecê-lo também. Ela engravidou quando eles estavam juntos há apenas um mês, mas só descobriu a gravidez no quarto mês de gestação. Ela percebeu que estava engordando e que seus seios estavam inchados, mas como tomava injeção, pensava que tudo estava normal e que só estava "gordinha". A desconfiança partiu do namorado, que comentou que achava que ela estava grávida. A Ari nem deu bola, porque apesar de tudo, continuava menstruando normalmente, e por conta dos seus problemas, achou que nunca iria engravidar. A vida dela continuava normal, até que um tempo depois, além do namorado, as colegas do trabalho também começaram a falar que achavam que ela estava grávida. Um dia, enquanto se arrumava pra trabalhar, ela olhou-se de lado no espelho e percebeu uma barriga diferente. Assim que chegou no trabalho, fez um teste de farmácia, que deu positivo. Não acreditando no resultado, resolveu fazer outro, que também deu positivo. Chorando, ela foi até o trabalho do namorado e contou pra ele, que deu o maior apoio. Logo depois ela fez um exame de sangue e esperou algumas horas pelo resultado, também positivo.

Relato dos Médicos: "Eles disseram que era uma coisa quase improvável de acontecer, mas se aconteceu era pra acontecer, era pra ele vir aquela hora e mudar tudo".

Família: Todos ficaram assustados com a chegada repentina do primeiro neto e bisneto das famílias, mas ao mesmo tempo muito felizes! Pra eles, o bebê foi uma benção que trouxe alegria e rumo pra vida dos pais.



O pai: A Ari contou que nunca passou pela cabeça dela tirar o bebê, e que ela criaria ele sozinha se fosse preciso, mas em nenhum momento o seu namorado a deixou sozinha. Matheus, que tem 23 anos, falou que ficaria com ela e que eles criariam o filho juntos, pois o que sentiam um pelo outro era maior que qualquer coisa.

O Parto: Pode-se dizer que o parto da Ari começou com 36 semanas de gestação, quando ela já estava com dois dedos de dilatação, e entre idas e vindas da maternidade, ela precisou fazer a indução do parto quando estava com 41 semanas, pois a bolsa não estourou. Ela chegou às 7 da manhã para a internação e alcançou nove dedos de dilatação perto da meia noite do dia 27 de janeiro. Foram dezesseis horas de trabalho de parto ativo (tendo contrações de três em três minutos e dilatação). Na noite do dia 27, a médica estourou a bolsa e lá se foram mais quatro horas. Já sem forças, a Ari desmaiou três vezes, estava exausta! Assim como o namorado, que apesar das dificuldades, não saiu do lado dela nem por um minuto. "Ele que me deu a força que eu precisava naquele momento", ela contou. Chegou aos dez dedos de dilatação e mesmo assim o Lorenzo não descia na bacia porque era muito grande! Depois de dezesseis horas de muuuuuita dor, levaram-a para sala de cirurgia para fazer uma cesariana. Ao nascer, o bebê não chorou, pois havia tomado água do parto, mas logo o fizeram chorar. Também não colocaram o Lorenzo sobre a Ari porque ele estava com os batimentos cardíacos baixos. Durante todos esses momentos, o Matheus não largou a mão da Ari. "Quando eu olhei pro Lorenzo pensei: "Meu Deus, ele é a cara todinha do Matheus!", e era mesmo, era ele, só que em miniatura", disse. O bebê nasceu com 52,5cm e 4,540kg, enooooorme! "Tudo aquilo que eu havia passado alguns minutos antes já tinha sido apagado da minha memória, eu só estava feliz porque ele estava bem, com saúde, e era isso que importava", contou a Ari.

Mudanças: O casal que ia em festas de quinta a domingo teve que mudar o modo de viver. Desde que o Lorenzo surgiu, a praia tem sido o lugar que eles mais frequentam. Depois do nascimento, eles ficam muito em casa ou vão ao shopping, estão fazendo programas mais tranquilos, em lugares diferentes e conhecendo coisas novas. Pra Ari isso é considerado o melhor de tudo! "Fazemos coisas em família, e é maravilhoso poder mostrar tudo isso pro nosso pequeno", disse.


Preconceito: A Ari foi uma das poucas mães jovens que não sofreu preconceito pelo fato de ser nova. Ela e o namorado percebiam que todo mundo ficava reparando no barrigão, mas era pelo fato de ser muuuuito grande! Ela lembra de uma vez em que foi abordada na praia: "Uma mãe veio com seu filho, ele tinha quatro anos se eu não me engano, e queria tocar na minha barriga porque a mãe dele disse que um dia ele também esteve ali, e ele achou aquilo o máximo! O menino veio umas três vezes fazer carinho na minha barriga! Acho que não tinha uma pessoa que não falava que eu era uma grávida muito bonita, porque eu fiquei bem magra e só com o barrigão! Engordei 16kg, mas só barriga!"

Vida Nova: A Ari e o Matheus moram juntos desde a gravidez, atualmente estão na mesma casa que a mãe e o irmão mais velho dela, onde eles ajudam com as contas, mas o casal já tem seu próprio apartamento que estará pronto em janeiro do ano que vem. Quando sair da licença maternidade, a Ari tem planos de montar uma loja online pra poder cuidar do filhote sem ter que colocá-lo em creche. Ela pretende matriculá-lo em uma escolinha só quando ele tiver 4 anos. "Quero ver ele crescer e não quero perder nada", disse. Ela também pretende fazer algum curso tecnólogo referente a moda, que é a área em que trabalha, mas são planos para quando o filho crescer mais um pouco.

Ser mãe: A nova mamãe disse que hoje se sente completa, e se fosse para ter outro filho daqui a alguns anos, ela não pensaria duas vezes! "É simplesmente maravilhoso, o sentimento mais puro e mais sincero que pode existir, daria minha vida por ele, só de ver aquele sorrisinho, ah, me enche o peito de alegria! Eu definiria ser mãe como "ser feliz", antes eu achava que era feliz, hoje vejo que a felicidade cabe num corpinho de 65 cm!".

Larissa Rosa, 16 anos. Beatriz Rosa Frota, 7 meses.
"Eu nunca vou me arrepender de ter tido a minha filha! Ela é tudo pra mim!"
Descoberta: A Lari descobriu a gravidez aos 15 anos. O pai do filho que ela esperava é o Matheus, de 24 anos, com quem ela se relaciona há 2 anos. Um dia, quando estava indo trabalhar, ela desmaiou no ônibus. Mas como tinha anemia, pra ela era algo normal. O estranho é que os desmaios estavam ficando mais frequentes. A ideia de fazer o teste de gravidez partiu do namorado, que comprou um teste e insistiu pra que ela fizesse. Quando viram que o resultado deu positivo, ficaram estéricos e começaram a rir! Não estavam acreditando! Depois disso, o namorado comprou mais um teste e pediu pra que ela fizesse de novo. E de novo: positivo. Ainda sem acreditar, ela pediu para que a irmã mais velha a levasse para fazer um exame de sangue, dando a desculpa de que era para um hemograma. Ao chegar no local do exame, ela explicou tudo para a irmã, que quase teve um surto! O resultado demorava um pouco pra sair e era através da internet, com um login e senha - dados esses que a irmã da Lari pegou sem que ela visse. Durante a tarde, a Lari e o namorado foram para a praia e, de repente, ela recebe uma ligação da irmã: "Parabéns, tu vai ser mamãe!"

Família: A primeira pessoa da família para quem contaram foi a irmã mais nova do pai do bebê, que disse que a Lari deveria abortar. Por esse motivo as duas ficaram sem se falar por vários meses. Depois contaram para irmã mais velha dele, que ficou estérica porque iria ser titia! Aí foram ao mais difícil: a mãe da Lari! E foi o namorado quem contou! Ao chegar, ele disse "a Lari tá grávida". E ela respondeu "Não posso falar nada, agora vocês que se virem pra cuidar!". A mãe do Matheus, pai do bebê, encarou a situação até com um pouco de humor, dizendo: "Quanto mais Renew eu uso, mais neto me aparece!". Quanto ao pai do Matheus, a Lari conta que não foi tão fácil assim: "O pai dele é que foi complicado, ele literalmente quase teve um infarto! Mas depois de um tempo acabou aceitando bem".



O pai: Na mesma hora em que recebeu a confirmação da gravidez, a Lari já contou pro seu namorado. Ele a abraçou, disse que daria tudo certo e que eles não precisavam se preocupar, pois iriam conseguir. 

O Parto:
A experiência que a Lari teve com o parto foi a melhor possível, diz ela. Foram 2 horas de trabalho de parto onde ela sofreu com algumas contrações bem fortes, mas o nascimento aconteceu em 10 minutos! Quanto a dor, ela diz que não sentiu nada quando o bebê saiu. O que doeu mesmo foi o pós parto, um incômodo que durou pelo menos cinco dias.

Mudanças: A Lari precisou parar de trabalhar e de estudar quando ficou grávida. Como ela e o namorado moram juntos, é ele quem paga a maior parte das contas. Ela ajuda com a pensão que ganha do pai e atualmente está tentando voltar ao trabalho, mas conta que está difícil! De qualquer forma, os gastos com a Bea são mínimos, diz ela: "Nós ganhamos basicamente tudo". Quanto aos estudos, ela voltou assim que pôde. Faz as aulas do primeiro ano do Ensino Médio no período da noite enquanto a Bea fica com a avó, que mora na frente do colégio. Depois de formada, a Lari sonha em continuar estudando e até pensa em fazer faculdade de Biblioteconomia.


Preconceito: Muitas pessoas pelas quais a Lari tinha um enorme carinho sumiram da vida dela ao saber da gravidez. Também tem gente que olha feio e amigas que se afastaram. Além disso, ela escuta várias piadinhas como "não se sabe quem é mãe e quem é filha", "uma criança cuidando de outra", etc. Ela diz que já sofreu muito com tudo isso, mas conseguiu superar.

Vida Nova: Não existe nenhum arrependimento por ter se tornado mãe. A Lari conta que a Bea veio pra encher a vida do casal de muita alegria e mais amor. Conta que ter uma filha dá trabalho, mas os momentos bons que ela proporciona todos os dias fazem esquecer os momentos difíceis.

Ser mãe:
A Lari diz que ser mãe é simplesmente maravilhoso e que ela ama esse papel! Ama cuidar da filha sabendo que quando crescer, ela continuará ali, independente de qualquer coisa. Diz ainda que a Bea é o pedaço mais precioso dela, e que se não fosse pela filha, hoje ela seria uma pessoa bem diferente. "Ser mãe é incrível, a cada conquista e cada sorriso, saber que eu faço parte de tudo isso dá até um arrepio, é lindo!" contou a Lari.

Deixo aqui meus sinceros agradecimentos e minha admiração por essas mães, que diferente de muitas que ouvimos falar, em nenhum momento fraquejaram ou pensaram em abandonar o filho. Desejo que todas tenham uma vida maravilhosa junto com essas crianças que tem um mundo pela frente! 

E feliz Dia das Mães para todas as outras mãe do mundo! Especialmente pra minha, que admiro por ser uma mulher incrível e ter uma força fora do comum, por nunca desistir dos seus objetivos e lutar sempre pelo melhor pros seus filhos. Obrigada por ser minha, mãe.
'
Share to Facebook Share to Twitter Share to Google+ Share to Tumblr
Comente pelo Facebook

2 comentários: