Não sei se te perdesses em ti ou se te perdesses de nós. Mas afirmo com certeza: me perdestes de ti. E lembra-te: o que fiz por ti, ninguém fará. Ninguém se dedicará o quanto me dediquei pra te mostrar uma vida boa e bonita que estavas perdendo no meio do teu medo de não saber vivê-la. Te mostrei que eras alguém no meio do teu medo de não saber ser. E ninguém: é o que és pra mim agora. Digo-te isso friamente, da mesma maneira que me jogas na cara tuas frases feitas e teus bons feitos. Pois distribua-os para os que merecem, pois me privo de enganar-me acreditando em um ser que nem existe, alguém que eu inventei e acreditei ser o porto onde eu poderia descansar em noites tempestuosas.
Continua com os teus sonhos e nunca te esquece que foi eu quem fez tu agarrá-los - da mesma maneira com que tu estás fazendo eu abrir mão dos meus agora. Continua com teus credos sem esquecer que estás me fazendo desacreditar. Continua sendo a pessoa que nunca conheci, pra eu nunca esquecer que jamais serás alguém que eu amei.
Talvez um dia sintas falta do meu afeto tão puro e frágil que deixasses pra trás por ter outros mais importantes pra valorizar. Ou talvez não, porque tem coisas que a gente não perde, se livra. Hoje é assim que penso em ti.
"Rasgue as minhas cartas e não me procure mais."















