Os ensaios fotográficos de Cesar Acosta

Leia mais

Inspiração: Tatuagens delicadas

Leia mais

Como viajar gastando pouco

Leia mais

Casais viajantes para seguir no Instagram

Leia mais

30/06/2015

A vida longe daqui

Quando eu olho para lado de fora não consigo ver nada com clareza. Não consigo imaginar um futuro, um alguém, um amor, um carinho. Eu não consigo imaginar a vida longe daqui. Não sei dizer o que vai acontecer e muito menos se eu vou conseguir superar essa nova fase, lá... do lado de fora.

Não que aqui não seja bom, é. Aqui dentro é confortável, é aconchegante, é calmo, conveniente. Aqui dentro parece perfeito, mas talvez isso só seja perfeito porque eu ainda não sonhei mais alto, talvez isso seja perfeito porque eu ainda não ousei me levantar pegar as minhas coisas e sair. 

Lá fora pode ser solitário, angustiante, talvez eu me perca, me complique, talvez não exista alguém para aquecer os meus pés, talvez não exista alguém para eu chamar de meu, mas no momento eu não preciso de mais ninguém, eu só preciso de mim. Eu não quero companhia, dessa vez eu quero ir sozinha, quero me redescobrir, me reinventar, me reescrever.

E por mais que eu não conheça nada fora daqui, por mais que eu não tenha como garantir a mim mesma que eu não vá sofrer e muito menos que eu não vá me machucar novamente, eu não posso mais ficar. Esse lugar já não é mais meu, talvez ele tenha sido o meu lugar favorito por um tempo, mas agora, não mais. Eu fiquei aqui por pura acomodação, eu fiquei aqui porque é muito mais fácil se acostumar e aceitar do que resolver mudar e seguir em frente. Justamente por ter ficado, percebi que não tenho olhado para fora, não tenho visto as coisas maravilhosas e incríveis que me esperam ali, depois daquela janela.

Por mais difícil que seja abrir a porta e dizer adeus, por mais que eu sofra e chore é disso que eu preciso agora. Eu preciso sofrer, eu preciso chorar, eu preciso crescer. Agora eu preciso de um novo lugar, um novo lugar para chamar de meu. Não, não vai ser fácil, mas também não vai ser difícil, até porque ser livre não pode ser tão difícil assim.

A culpa não é sua, nem minha. A culpa não é de ninguém, mas é que no fundo a gente esqueceu de cuidar desse nosso cantinho, desse nosso lugar. As coisas já estão tão comuns aqui que eu não me encontro mais. Não me vejo mais nesse papel de parede, nem no quadro da sala, não me encontro mais no meio das coisas e está tudo tão bagunçado que quando eu olho no espelho não consigo nem saber mais quem eu sou.

Talvez tudo que eu precise agora é sair, conhecer um caminho pelo qual eu nunca passei.

Não me espere, esse mundo é tão grande e tão cheio de coisas pra mim que eu posso nunca mais voltar.



Share to Facebook Share to Twitter Share to Google+ Share to Tumblr
Comente pelo Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário